BIOGRAFIA
- PARTE I
O calendário marcava
26 de setembro de 1182, nasce Francisco Bernardone do ventre de Maria
Picalini Bernardone e Pietro Bernardone, na cidade de Assis, Itália.
Antes vamos ressaltar
o ecumenismo que cerca a figura deste santo, o mais querido que já
passou pelo plano terrestre; venerado pelos católicos, admirado pelos
protestantes e por outras filosofias. Francisco nos deu o exemplo que é
possível viver uma vida reta, basta viver este Deus que mora no seu
coração.
Na visão espírita,
Francisco de Assis fora João Evangelista, aquele discípulo querido,
responsável pela vida de Maria, após a volta de Jesus ao seu
verdadeiro reino. Daí talvez explique a adoração de Francisco à
Nossa Senhora.
Esta mesma visão
explica o porquê de seu nome mudado. Sua mãe queria chamá-lo de João,
mas acabou sendo batizado de Giovanni Di Pietro(pai) Di Bernardone(avô),
mudado para Francisco depois de um sonho que seu pai teve pouco antes da
criança nascer onde João Evangelista pregava e falava lindas palavras
de amor para Pedro, detalhe, nesta época João Evangelista trocou de
nome para fugir dos assassinos dos cristãos, seu nove nome era
Francisco, Pai Francisco para seus fiéis amigos. De onde saiu o nome de
nosso biografado.
É bom ressaltar que
na época que Francisco nasceu, tínhamos uma igreja católica dominante
e corrupta, onde pecado era ser pobre. No Egito e na Síria dominava o
sultão Saladino, o comandante da 3ª cruzada, onde os muçulmanos
venceram o temido Ricardo Coração de Leão, este sultão marcou sua
história na idade média contribuindo para a calamidade universal como
conquistador. As cruzadas eram tão maléficas quanto a inquisição
iniciada por Torquemada em 1420.
Os primeiros biógrafos
de Francisco contam que este teve, como toda criança, uma infância
cheia de travessuras, até os 20 anos ajudava e era orgulho do seu pai
nos negócios. Até que decidiu ir para guerra contra Perusa em nome de
sua cidade. Foi preso e depois de um ano resgatado pelo pai por motivo
de doença, juntamente com toda a classe burguesa que estava na guerra.
Foi nesta época que teve os primeiros contatos com o evangelho.
Alguns livros contam
que antes de ir para guerra, Francisco teve contato com os empregados de
seu pai, todos em condições sub humanas. E toda vez que tinha contato
com qualquer um dos empregados ele ia interrogar sua mãe: "Por que
nós somos ricos e comemos bem e eles não?" Entre outras perguntas
que sua mãe não sabia responder. Foi para guerra em busca de poder
para mudar esta situação que via no seu lar e era e é reflexo do
mundo.
Mas, todos indicam que
no período de sua doença enfrentava também uma batalha interior
indescritível, como a luta do bem divino e do mal terrestre.
Ainda, depois,
enfrentou parte de outra guerra na Apúlia, mas volta ao perceber que não
é a guerra a solução para os problemas e sim o exemplo.
Foi quando e extrema
guerra interior, Francisco pediu com humildade à Jesus que iluminasse
seu caminho e lhe levasse a sua vocação. Foi em 1205, nos seus 24 anos
de idade, onde recebeu sua revelação do crucifixo de São Damião:
- Francisco!... Constrói
a minha igreja!...
- Francisco!... Constrói
a minha igreja!...
- Francisco!... Constrói
a minha igreja!...
Depois disso,
abandonou tudo e saiu em busca de sua paz ajudando doentes, confortando
miseráveis e leprosos, amando todos como irmãos.
Foi tido como louco
depois de vender e dar tudo o que possuía aos pobres. Mas a alma
generosa tornou-se mais forte com o desprezo.
Seus pai, não aceitou
seu modo de vida e depois de uma surra, sobre calúnia prende-o no porão
de casa. Foi solto por sua mãe, quando o pai foi viajar. Mas, ao
voltar, percebendo que o filho não iria mudar de ideal, quis apenas
receber o dinheiro que Francisco gostaria de gastar com os pobres e com
a igreja. Francisco resolve entregá-lo com amor, pois não era apegado
a este bem. Vai ao bispo e renunciou a tudo, e sem mais, tira sua roupa
e fica nu perante todos, livre assim a tudo que o prendia a seu pai
terrestre.
Foi assim que
Francisco tratou de desprezar a própria vida mundana para encontrar
como pobre a felicidade que tanto almejava.
BIOGRAFIA
- PARTE II
Depois do fato
ocorrido a qual tratamos dos últimos parágrafos da parte I, Francisco,
com roupas curtas, fora assaltado. Ao ver que nada possuía, os bandidos
lhe deram uma surra e o jogaram em uma fossa cheia de neve, ao sair,
ficou feliz e começou a cantar pelo bosque com louvores.
Foi viver em um
mosteiro, onde ganhou apenas uma túnica e um pouco de caldo sendo
servente na cozinha. Saiu de lá por necessidade, e quando seu nome
ficou famoso, os monges pediram desculpas pelo descaso.
Foi tranqüilo para um
leprosário, lavando-os da podridão e limpando sua chagas. Esta deve
ter sido uma das fases mais difíceis para ele, quando vivia em pecado,
não suportava chegar perto de um leproso, depois de sua conversão,
beijava as chagas como se fossem de Jesus.
Não nos cabe aqui
falar sobre todas as virtudes e milagres que são tantos, que poderíamos
fazer um livro de muitas páginas. Procurei ser direto e mesmo assim
completo.
Em janeiro de 1206
começa a reparação da capela de São Damião em 1208, também o de
San Pietro e Santa Maria Degli Angeli ou Porciuncula, que era dos
beneditinos e fora emprestada a Francisco onde passou a ser o berço de
uma nova ordem.
Neste tempo, muitos
adeptos da nova filosofia resolveram segui-lo , os primeiros personagens
são: frei Leão, frei Filipe, frei Câncava, frei Arlindo, frei
Bernardo, frei Pedro, frei Rufino, frei Silvestre, frei Ângelo, frei
Quirino, frei Tancredo, frei José, frei Luiz, frei Diogo, frei Egidio,
frei Morico, frei João da Capela e frei Sabatino. Interessante dizer
que o frei João da Capela abandonou a ordem nos primeiros meses por não
conseguir manter a castidade.
Foram enviados 2 a 2
pelo mundo, foram caçados, mas sempre sofriam com alegria, que era a
marca destes cordeiros de Deus. Francisco, ao ver o crescimento de sua
ordem, escreve para si e para seus irmãos de ordem, uma regra usando
expressões do evangelho e acrescentando pouca coisa. Levou-o para o
papa Inocêncio III aprovar, este, não quis o receber. Mas depois de um
sonho onde viu Francisco levantando o mundo, mandou chamar o Poverello
para uma audiência e aprovou sua regra. Claro, sempre com interesses
secundários.
Depois disto, muitas
viagens, muitas conversões, muitas orações, e o poético Francisco
ficava cada vez mais famoso, por onde passava, as pessoas queriam vê-lo,
tocá-lo achando que conseguiriam curas e realizações de desejos.
Chama a atenção a
passagem quando ele começou a pregar e os pássaros vieram ouvi-lo, foi
quando disse: "Passarinhos, meus irmãos, vocês devem sempre
louvar ao seu Criador e amá-lo, porque lhes deu pena para vestir, asas
para voar, e tudo que vocês precisam. Deus lhes deu um bom lugar entre
as criaturas e lhes permitiu morar na preza do ar, embora não semeiem
nem colham, não precisa se preocupar porque Ele protege e guarda vocês",
e os pássaros ouviam com muita atenção. Outro fato foi quando domou
apenas com o olhar humilde e algumas palavras um lobo feroz que
assombrava um povoado. Estes fatos comprovam o amor que Francisco tinha
pelos seres inferiores.
Em 1219, Francisco vai
ao acampamento do sultão Melek-El-Kamel e tem entrevista com ele, mas
apesar da boa intenção, tem pouco resultado.
Francisco era frágil
a doenças, pois seu corpo era muito maltratado, pois para ele, o corpo
sujeito ao pecado deveria ser castigado. Mas sua principal cruz corporal
era o problema do seu olho que quase o cegou.
O Monte Alverne,
situado nos Apeninos, banhado pelos rios Arno e Tibre, era envolvido em
fluidos superiores, e lá Francisco refazia sua forças de vez em
quando. Certa vez, Francisco ficou lá por 15 dias sem comer e sem
beber, alguns dizem que o Arcanjo Miguel aparecia a Francisco com freqüência.
Filipe, preocupado, foi a borda da caverna onde se encontrava o
Poverello e os outros ficaram orando para não interrompê-lo na sua graça.
De Francisco saía uma luz dourada, Filipe ajoelhou-se e chorando orou,
alguns fiéis que chegaram devido a demora fizeram o mesmo e Francisco
falou as palavras que devemos repetir a cada cumprimento:
- Que a paz de Deus
esteja convosco.
Em uma noite memorável,
quando pediu humildemente a Jesus, que, mesmo não merecendo tanta glória,
se fosse da vontade Divina, que as chagas imortalizadas pelo Mestre
tomasse conta de seu maltratado corpo. Acordou então com chagas nos pés
e nas mãos.
Depois disto,
aconteceram outros milagres e cura que falaremos futuramente na próxima
atualização.
Em 3 de outubro de
1226, num Sábado, com 45 anos, o planeta perde o seu maior
representante divino, cantando "mortem suscept". Ao
desencarnar, segundo a visão espírita, ele lembrou-se de Clara, seu
grande amor espiritual e visitou-a em espírito, como último desejo e
ascendeu as alturas, Frei Rogério viu tudo com nitidez. Francisco viu
então uma fila de anjos batendo palmas e Jesus no centro, o Poverello
aproximou-se chorando como criança e falou ao Mestre: "Mestre, se
porventura mereço a tua benção, que ela seja dada aos companheiros
que ficam no mundo. Eles carecem da Tua ajuda agora e sempre."
Com estas palavras
terminamos a biografia da maior personalidade que viveu neste mundo
depois de Jesus. |