Índio sabido Estava o Índio indolentemente sentado a beira do rio, pescando, quando chegou o homem branco. Foi chegando de mansinho, parou a certa distância e se pôs a observar. Viu o Índio pôr isca no anzol calmamente, depois atirá-lo na água, olhar sonhadoramente para os círculos que se formavam e desapareciam na corrente e, fincar a vara na margem barrenta do rio, espreguiçar-se, recostar-se e esperar pacientemente. Viu o ligeiro movimento da linha, depois mais rápido, mais rápido - até atrair a atenção do Índio. Viu o Índio curvar-se para a vara, segurá-la, observar o vaivém da linha cada vez mais rápido, cada vez mais forte, e de repente, num pânico movimento brusco, felino, viril, sacar das águas um belo peixe de uns dois quilos. E quando viu o Índio comer o peixe, jogar fora a vara para o lado e espichar-se na relva, acercou-se: * Como? Não vai pescar mais? * Por quê? * Mas você pescou um peixe e tanto num instante ... * Podia pescar outros ... * Podia salgar e guardar para depois .. * Mas podia pescar muito mais ... * Podia salgar e vender os peixes ... * Comprar mais varas, mais anzóis e pagar uns garotinhos
pra pescar. * Poderia pescar muito mais peixes ... * Vender, claro. Ganharia muito dinheiro. * Comprar barcos, molinetes, e pescar lá no meio do rio. * Pra quê? * Pra quê? * E... * Bom... isto já estou fazendo agora. E virou-se para o lado e dormiu ... Autor desconhecido |
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