Mensagem de Joanna de Ângelis e Gratidão de Divaldo
Franco a Chico Xavier - Reformador - 02/07/2002
Reformador On Line, agosto de 2002
O Retorno do Apóstolo Chico Xavier
Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que
deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos,
especialmente na área da mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o
tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado
das paixões bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.
Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e
amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores
auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação.
Adversários do ontem que se haviam reencarnado também,
crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a
existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais
devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que
lhe dirigiam.
Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda
ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos
ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao
dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade,
nem aos sentimentos vis.
Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com
as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e
forças para não desfalecer.
Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da
solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que
distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos,
iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para
outras tantas existências.
Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem
mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações,
permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas
pessoais ou justificativas para os seus atos.
Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço
de herói cristão, sensibilizou o povo e os seu líderes,
que passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comporta-
mento, transformando-se em pessoa de referência para as
informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os
fenômenos da mediunidade.
Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava
ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o
buscavam para a senda do Bem.
Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o
decepcionou, extraviando-se na estrada do dever,
mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.
Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos,
conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu
compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas
tarefas.
As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as
renovava através da oração e do exercício intérmino da
caridade.
A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no
entanto a visão interior tornou-se mais poderosa para
penetrar nos arcanos da Espiritualidade.
Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a
ninguém.
Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as
discussões perturbadoras e os debates insensatos que
aconteciam a sua volta e longe dele, sobre a Doutrina
que esposava e os seus sublimes ensinamentos.
Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo
viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado
pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e
corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se
maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase
setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia na
mediunidade luminosa.
Por isso mesmo, o seu foi mediumato incomparável.
...E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o
corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito,
sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua
bondade, asseverando-lhe:
- Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres
as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis
alegrias do reino dos Céus.
JOANNA DE ÂNGELIS
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no
dia 2 de julho de 2002, no Centro Espírita Caminho da
Redenção, em Salvador, Bahia.)
-*-*-*-
Gratidão a Chico Xavier
Divaldo Pereira Franco
Quando nos encontramos por primeira vez no corpo físico,
nos idos de março de 1948.
Você me chamou de filho com
uma ternura incomum, naturalmente como sempre o fez em relação a muitos que se lhe acercaram, buscando socorro
e comiseração, que Você transformava em amor.
Toda vez quando o busquei, desde aquele dia já recuado,
sua bondade, feita de carinho e de confiança, distendeu-me auxílio generoso e cordial, auxiliando-me pela senda
de espinhos.
No seu exemplo hauri as mais belas lições que enriquecem
minha atual existência.
Acompanhando a sua trajetória de luz nestes passados
cinqüenta e quatro anos de relacionamento fraternal,
somente possuo motivos para bendizê-lo e homenageá-lo.
Sempre o vi como mestre e sábio, embora Você se
recusasse a qualquer uma dessas posições.
Fazendo-se humilde e discreto, tornou-se grandioso e
invencível.
Sem a presunção de ser guia e orientador das almas,
transformou-se incontestavelmente no mais exemplar líder do Movimento Espírita que existiu após o mestre de Lyon,
conseguindo dirimir equívocos e esclarecer dúvidas com
eloqüente sabedoria e incomum gentileza que, ao invés de
separar os litigantes, tornava-os irmãos.
A sua abnegação no exercício da mediunidade, que jamais
mercadejou sob qualquer pretexto que fosse, tornou-se o
padrão seguro para o comportamento moral de todos quantos se afeiçoam ao intercâmbio espiritual.
O seu gigantismo de missionário incomum deslumbra-me e
comove-me.
Em razão disso tudo, por mais busque palavras para
expressar-lhe os meus sentimentos de amor, gratidão e
ternura, percebo que não as tenho exatas, e que somente um grande silêncio, feito de respeito e consideração
profunda, é que poderá expressar o que não consigo traduzir.
Dessa forma, querido Chico Xavier, onde quer que Você
agora se encontre, nos páramos siderais, numa dessas regiões felizes da Espiritualidade, suplico-lhe que
interceda junto a Jesus por nós, os seus irmãos menores e menos ditosos da retaguarda, que prosseguimos na luta
áspera do mundo em sombras deste momento.
Jamais o esqueceremos, e o seu exemplo ficará como um
divisor de águas em nosso Movimento, que tanto lhe deve, assinalando o antes e o depois de Você, da sua vida
extraordinária, dos seus sacrifícios incomuns, dos seus incomparáveis sentimentos de nobreza.
Deus o abençoe!
Salvador, 2 de julho de 2002. |