Quando tudo te pareça,
Na tristeza que te invade,
Infortúnio, desencanto,
Amargura, tempestade;
Quando a saúde escasseia
E o companheiro deserta,
Quando o grito dos credores
Lembra garra que te aperta;
Quando nota que perdeste
O que tenhas por melhor
E enxergas apenas sombra
A envolver-se em derredor;
Quando os deveres te obrigam
A sorrir e a suportar
Enquanto desejarias
Reagir e espernear;
Quando a corrente contrária
É angústia a esmagar-te o dia
Com o punhal do sofrimento
Que em tudo desafia;
Recorda que Deus te deu,
Perante qualquer pesar,
A fé que te guarda e ensina
A nunca desanimar.
Por trás da noite de espinhos
Na provação vexatória,
Quem sabe? Talvez estejas
No alvorecer da vitória.
Nada reclamas de alguém,
O Céu renova os caminhos
De quem persiste no bem.
Por isso, serve e não temas,
Nada te faça fugir,
Quando tudo segue o mal
É hora de resistir.
Jair Presente
Médium Francisco Cândido Xavier
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