Piedade |
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- Atenderei, entretanto, essa mulher é ignorante e má. - Penalizo-me, contudo, esse irmão é ingrato e cruel. - Compadeço-me, todavia,
trata-se de pessoa imprestável. Realmente, de maneira geral, só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas. Deita mel e veneno. Balsamiza feridas e dilacera-as. Estende os braços e cobra dívidas de reconhecimento. Socorre e espanca. Ampara e desestimula. Oferece boas palavras e lança reptos hostis. Sacia a fome dos viajores da experiência com pães recheados de fel. A verdadeira piedade, no entanto, é filha legítima do amor. Não perde tempo na identificação do mal. Interessa-se excessivamente no bem para descurar-se dele em troca de ninharias e sabe que o minuto é precioso na economia da vida. O evangelho não nos fala dessa piedade dessa piedade mentirosa, cheia de ilusões e exigências. Quem revela energia suficiente para abraçar a vida cristã, encontra recursos de auxiliar alegremente. Não se prende às teias da crítica
destrutiva e sabe semear o bem, fortificar-lhe os germens, cultivar-lhe os
rebentos e esperar-lhe a frutificação. |
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