A influência do ouro não
termina no pó do sepulcro, arremessando no caminho daqueles que o possuíram
a faixa libertadora da luz ou o rastilho escravizante da sombra.
Para os pais amorosos que o despenderam, nobres, na educação dos filhos, é
benção de alegria, conservando-os em paz, no entanto, para aqueles que o
retiveram, pobres, em miséria avareza, envenenando a prole com o vírus da
ambição, é ferrete de injúria, a algemar-lhes o ser na cobiça doméstica
sobre a lama do mundo.
Para quem o gastou, amparando a carência, é flama de beleza a indicar-lhe o
roteiro para a glória solar, todavia, para quem o investiu no prazer vicioso
é mórbida lembrança, amargando-lhes as horas.
Para quem o elevou ao socorro espontâneo à criança infeliz e ao doente sem
lar, é prece de consolo a exaltar-lhe a esperança, contudo para aquele que o
recebeu das mãos de viúvas e enfermos, agravando na estrada as angústias e
as dores, transforma-se, de chofre, em pesadelo triste, plasmando o inferno
horrendo em que passa a viver.
Todos os bens da vida são pertencentes do Pai e tudo usufruímos por empréstimo
santo.
Não olvides, assim, que todos os recursos que hoje nos felicitam constituem
talentos da Infinita Bondade, que nos segue, de perto as decisões e os
passos, multiplicando, excelsa, concessões e favores ao nosso impulso firme
na direção do bem, mas cobrando-nos sempre, pelas mãos da justiça, a conta
lamentável de nossos desajustes, quando no abuso pleno da proteção celeste
segregamos, rebeldes, os tesouros de DEUS no azinhavre do orgulho e nas trevas
do mal.
Emmanuel
(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, na reunião da noite
de 09.12.1957, em Pedro Leopoldo - Minas).
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