"De nada sabes, Mãe... " - eis que eu dizia
A gritar palavrões, cerrando a porta...
Trocando-te doente e semi-morta
Por noites de ilusão e rebeldia.
Lembro-te trabalhando, qual eu via,
No tanque de lavar, no apoio à horta...
Partiste para o Além... A dor me corta,
Entretanto, o prazer me consumia...
Fui rica, mas a morte em meu cansaço
Tudo arrasou em penúria e fracasso,
Falando-me em remorso e ingratidão...
Sinto-me só, embora socorrida,
Vem amparar-me, luz de minha vida,
Anjo querido de meu coração.
Ana Monteiro
(Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier
em culto do Evangelho no Lar em sua própria residência
na noite de 26-03-95, em Uberaba, Minas).
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