Edição Anual - 2008 Número 001

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AABF - Associação Amigo Beija Flor


Festa do dia das crianças no Vila Acalanto – 11/10/08

Sempre recebia os e-mails da família Beija-flor para participar das visitas na Vila Acalanto, porém nunca dava, pois mesmo com minha empolgação, logo me lembrava que tinha um compromisso e deixava para outra oportunidade.

Mas, como tudo tem sua hora, o dia chegou. Desta vez foi diferente.

Na hora em que recebi o e-mail, liguei imediatamente para a pessoa indicada no e-mail e falei do meu desejo de ir e participar.

Falei que levaria meu filho de 4 anos e um cão guia, pois sou deficiente visual e o tenho além de guia, como meu amigo fiel e companheiro, também meus olhos.

Pensei ouvir do outro lado uma voz que me diria lamentar, porque eu não poderia levá-lo. Qual não foi minha surpresa, quando o meu temor foi desfeito ao saber que poderia levá-lo sem qualquer problema.

Fiquei feliz da vida e não via a hora de chegar o grande dia.

Na verdade, pensava que somente ia levar algo, como carinho, amor, atenção, porém, saí de lá na certeza de que ganhei muito mais.

Muitas vezes nos planejamos para fazer determinadas ações e logo se instala uma onda de vou fazer o bem, vou fazer a boa ação.

Não quero dizer que com tudo isto não seja algo bom, mas chamo a atenção, porque devemos sair da posição de superiores e de que só nós temos algo para oferecer.

Ledo engano meus amigos, pois todas estas experiências são verdadeiras lições de vida onde não existe o mestre e o discípulo, mas sim uma troca mútua.

Ora você aprende, ora você ensina e assim segue o movimento que oferece o que cada um tem de melhor dentro de si.

Saí de lá na certeza de que aprendi muito, de que também ensinei com minhas dificuldades.

Não me chateei um só instante ao me perguntarem: “tia, porque você não olha para mim”? “O seu olho está machucado”?

São perguntas simples e que muito adulto adoraria fazer, mas como manda a boa educação e as máscaras que devemos usar para agradar a “boa vizinhança”, é melhor não perguntar, afinal não sabemos se vamos magoar esta ou aquela pessoa.

Não devemos fazer tais perguntas, porque é sofrido, etc., etc.,etc... Mas quem disse que não podemos perguntar? Quem falou que é sofrido?

Isto porque julgamos conforme o que pensamos ser sofrido de acordo com a nossa crença e conceito de sofrimento.

Mas, isto é outra história e assunto para outro momento.

O fato é que fiquei muito feliz de ter partilhado momentos ímpar com pessoas maravilhosas.

Certamente que retornarei para continuar a troca de lições...

Gratidão ao Universo pela oportunidade de fazer parte desta família do bem.

Jucilene Braga

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