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Festa do dia das crianças no
Vila Acalanto – 11/10/08
Sempre recebia os e-mails da
família Beija-flor para participar das visitas na Vila
Acalanto, porém nunca dava, pois mesmo com minha
empolgação, logo me lembrava que tinha um compromisso e
deixava para outra oportunidade.
Mas, como tudo tem sua hora,
o dia chegou. Desta vez foi diferente.
Na hora em que recebi o
e-mail, liguei imediatamente para a pessoa indicada no
e-mail e falei do meu desejo de ir e participar.
Falei que levaria meu filho
de 4 anos e um cão guia, pois sou deficiente visual e o
tenho além de guia, como meu amigo fiel e companheiro,
também meus olhos.
Pensei ouvir do outro lado
uma voz que me diria lamentar, porque eu não poderia
levá-lo. Qual não foi minha surpresa, quando o meu temor
foi desfeito ao saber que poderia levá-lo sem qualquer
problema.
Fiquei feliz da vida e não
via a hora de chegar o grande dia.
Na verdade, pensava que
somente ia levar algo, como carinho, amor, atenção,
porém, saí de lá na certeza de que ganhei muito mais.
Muitas vezes nos planejamos
para fazer determinadas ações e logo se instala uma onda
de vou fazer o bem, vou fazer a boa ação.
Não quero dizer que com tudo
isto não seja algo bom, mas chamo a atenção, porque
devemos sair da posição de superiores e de que só nós
temos algo para oferecer.
Ledo engano meus amigos,
pois todas estas experiências são verdadeiras lições de
vida onde não existe o mestre e o discípulo, mas sim uma
troca mútua.
Ora você aprende, ora você
ensina e assim segue o movimento que oferece o que cada
um tem de melhor dentro de si.
Saí de lá na certeza de que
aprendi muito, de que também ensinei com minhas
dificuldades.
Não me chateei um só
instante ao me perguntarem: “tia, porque você não olha
para mim”? “O seu olho está machucado”?
São perguntas simples e que
muito adulto adoraria fazer, mas como manda a boa
educação e as máscaras que devemos usar para agradar a
“boa vizinhança”, é melhor não perguntar, afinal não
sabemos se vamos magoar esta ou aquela pessoa.
Não devemos fazer tais
perguntas, porque é sofrido, etc., etc.,etc... Mas quem
disse que não podemos perguntar? Quem falou que é
sofrido?
Isto porque julgamos
conforme o que pensamos ser sofrido de acordo com a
nossa crença e conceito de sofrimento.
Mas, isto é outra história e
assunto para outro momento.
O fato é que fiquei muito
feliz de ter partilhado momentos ímpar com pessoas
maravilhosas.
Certamente que retornarei
para continuar a troca de lições...
Gratidão ao Universo pela
oportunidade de fazer parte desta família do bem.
Jucilene Braga
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