Edição Anual - 2008 Número 001

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AABF - Associação Amigo Beija Flor


Prótese para Dna Vilma - Campanha Natal 365 dias do Ano

Antes de começar a relatar o que vivi no sábado na visita a casa da D. Vilma, eu gostaria muito de agradecer a Deus por me conceder a oportunidade de poder conhecer pessoas guerreiras como essa senhora  e também por ter o privilégio de estar fazendo parte da Associação Amigo Beija-Flor, onde aprendo muito a cada dia.

Na campanha Natal 365 dias, várias cartinhas enviadas ao "Bom Velhinho" são lidas e algumas selecionadas.

Em meio a várias cartinhas, a escrita por Dona Vilma nos chamou muita a atenção, ela escrevia para o Papai Noel, pedindo uma perna mecânica.

Puxa! ... uma perna mecânica, como poderíamos ajudá-la?

Foi aí que surgiu a idéia de irmos até a casa dessa senhora, levando uma cesta básica, pois dessa forma, teríamos a oportunidade de termos contato e saber um pouco mais da história.

Então eu, Edu, Sr. Roberto e Ferrari  nos encontramos e  fomos até o endereço da Dona Vilma para uma visita.

Chegando ao endereço, Dona Vilma nos recebeu e nos convidou a  entrar. Era a oportunidade que queríamos para poder conversar  um pouquinho mais com ela.

Estávamos ansiosos por conhecer a história daquela senhora, e foi aí que ela  nos contou que havia sido atropelada e perdido a perna, estava com uma prótese, mas aquela já estava quebrada e machucava muito quando ela andava, chegando a ferir sua perna.

Mãe de 3 filhos, essa senhora morava com suas 2 filhas e sua netinha Raquel de 7 anos.

Uma das meninas sofre de várias crises de epilepsia e vive a base de fortes doses de medicação (mais forte até do que o gardenal) , impossibilitada de trabalhar e até mesmo de estudar, pois também nos contou que devido as crises, a escola pediu que se afastasse dos estudos.

Adorava desenhar e pintar e nos mostrou lindos desenhos, todos guardados com muito carinho dentro de uma pasta de elástico. Sua outra filha, separada, mãe da pequena Raquel, trabalhava como ajudante de serviços gerais em uma pequena empresa, mas seu salário era pouco e mal conseguia ajudar em casa.

O filho de Dona  Vilma, pai de 2 crianças e sua esposa grávida do terceiro,  se encontra desempregado e por muitas vezes solicita ajuda de sua mãe. Uma hora a ajuda é para a compra de selos para envio de um currículo, outra hora para a compra de mantimentos para a alimentação de sua família.

Dona Vilma, viúva, vive da aposentaria do seu marido e para complementar a renda, vende Avon, Natura, panos de prato e toalhas de banho, para uma pessoa que lhe pagava 25% do valor das vendas. Para a venda dos panos de prato e toalhas de banho Dona Vilma por muitas vezes se desloca a uma empresa que fica ali perto para oferecer sua mercadoria.

Mulher guerreira, eu podia observar que tinha uma força de vontade imensa, mas que suas condições não lhe favoreciam muito. Sua prótese estava quebrada e pude notar a dificuldade com que andava.

Diante de tanta dificuldade, Sr Roberto tira do bolso a cartinha escrita para o Papai Noel e o Edu conta o real motivo de nossa visita. Pediu para que ela mesma lê-se a cartinha e ela nos contou que quem havia escrito ao bom Velhinho era uma moça, esposa de um rapaz que ela conhecia da fábrica aonde ia oferecer seus panos de prato.

Ela mesma não conhecia essa moça, somente seu marido. Naquele momento pensei: Um anjo apareceu na vida da Dona Vilma.  Essa moça com um simples gesto de escrever ao bom velhinho, estava ajudando a resgatar a esperança de uma mulher  que nos dias de hoje vive triste.

Vendo a dificuldade de Dona Vilma o Edu pediu para ver sua dispensa e qual não foi nossa surpresa, pois ali só havia um pacote, que eu nem pude identificar se era farinha.

Logo nós a convidamos para irmos ao mercado e Dona Vilma correu para se arrumar e nos acompanhar.

Quem já teve a oportunidade de acompanhar uma pessoa em necessidade a fazer uma compra de supermercado, sabe que é uma experiência única. Dona Vilma feliz, andava pelos corredores em busca de alguns mantimentos que por um determinado tempo confortariam sua família.

Enquanto eu acompanhava a Dona Vilma ao mercado o Edu e o Sr. Roberto foram até as lojinhas próximas e montaram uma kit de pintura para sua filha. Compraram pincéis, tintas, uma revista de desenhos e alguns panos de prato para que ela pudesse pintar.

Para a netinha Raquel que adorava cachorros, compraram uma canequinha de bichinhos.

Feito o mercado, voltamos a casa de Dona Vilma,  descarregamos as compras e deixamos tudo ali na cozinha, pois queríamos que a Dona Vilma e sua filha pudessem arrumar os mantimentos na dispensa.  Isso com certeza seria muito satisfatório para elas.

Já era a hora de irmos e quando fomos nos despedir,  Dona Vilma  pediu para que juntos fizéssemos uma oração, pois queria agradecer a Deus o que havia acontecido em sua vida, dizia ser difícil encontrar pessoas de coração bom.

Todos demos as mãos e Dona Vilma nos presenteou com uma linda oração. Fez um agradecimento ao momento  vivido naquele tempo que estivemos por lá.

Viemos embora com a sensação de termos amenizado um pouco o sofrimento da Dona Vilma, se pudéssemos ajudar essa senhora a ter sua perna novamente com certeza sua alegria seria muito mais completa, sua fé renovada e sua esperança fortalecida.

Muitas vezes pensamos que nossos problemas são os maiores, mas não damos conta do que nos rodeia e do quanto pode ser importante a ajuda ao nosso próximo, pois o pouco que podemos fazer, pode ser muito para aquele que necessita. Não falo só do bem material, mas também do bem espiritual.

Em meio a esse depoimento, gostaria também de fazer um apelo.

Pedir a ajuda aos Amigos Beija-flores para a compra de uma perna para a Dona Vilma.  Ajuda para terminar esse meu depoimento com um final feliz.

Esse fim, só depende de nós.  Quando todos se reúnem para carregar um fardo, ele fica muito mais leve de ser transportado.

Obrigada Pai, pela oportunidade que nos dá todos os dias, obrigada Senhor por colocar em minha vida, pessoas que pensam no seu próximo.

Obrigada Amigos Beija-Flores.

Sou uma pessoa completa por fazer parte desse grupo e de ter a oportunidade de realizar esse trabalho.

Lucileni Refundini Chamon

Amiga Beija-Flor

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