Prótese
para Dna Vilma - Campanha Natal 365 dias do Ano
Antes de começar a relatar o que
vivi no sábado na visita a casa da D. Vilma, eu gostaria
muito de agradecer a Deus por me conceder a oportunidade
de poder conhecer pessoas guerreiras como essa senhora
e também por ter o privilégio de estar fazendo parte da
Associação Amigo Beija-Flor, onde aprendo muito a cada
dia.
Na campanha Natal 365 dias, várias
cartinhas enviadas ao "Bom Velhinho" são lidas e algumas
selecionadas.
Em meio a várias cartinhas, a
escrita por Dona Vilma nos chamou muita a atenção, ela
escrevia para o Papai Noel, pedindo uma perna mecânica.
Puxa! ... uma perna mecânica, como
poderíamos ajudá-la?
Foi aí que surgiu a idéia de irmos
até a casa dessa senhora, levando uma cesta básica, pois
dessa forma, teríamos a oportunidade de termos contato e
saber um pouco mais da história.
Então eu, Edu, Sr. Roberto e
Ferrari nos encontramos e fomos até o
endereço da Dona Vilma para uma visita.
Chegando ao endereço, Dona Vilma
nos recebeu e nos convidou a entrar. Era a
oportunidade que queríamos para poder conversar um
pouquinho mais com ela.
Estávamos ansiosos por conhecer a
história daquela senhora, e foi aí que ela nos
contou que havia sido atropelada e perdido a perna,
estava com uma prótese, mas aquela já estava quebrada e
machucava muito quando ela andava, chegando a ferir sua
perna.
Mãe de 3 filhos, essa senhora
morava com suas 2 filhas e sua netinha Raquel de 7 anos.
Uma das meninas sofre de várias
crises de epilepsia e vive a base de fortes doses de
medicação (mais forte até do que o gardenal) ,
impossibilitada de trabalhar e até mesmo de estudar,
pois também nos contou que devido as crises, a escola
pediu que se afastasse dos estudos.
Adorava desenhar e pintar e nos
mostrou lindos desenhos, todos guardados com muito
carinho dentro de uma pasta de elástico. Sua outra
filha, separada, mãe da pequena Raquel, trabalhava como
ajudante de serviços gerais em uma pequena empresa, mas
seu salário era pouco e mal conseguia ajudar em casa.
O filho de Dona Vilma, pai
de 2 crianças e sua esposa grávida do terceiro, se
encontra desempregado e por muitas vezes solicita ajuda
de sua mãe. Uma hora a ajuda é para a compra de selos
para envio de um currículo, outra hora para a compra de
mantimentos para a alimentação de sua família.
Dona Vilma, viúva, vive da
aposentaria do seu marido e para complementar a renda,
vende Avon, Natura, panos de prato e toalhas de banho,
para uma pessoa que lhe pagava 25% do valor das vendas.
Para a venda dos panos de prato e toalhas de banho Dona
Vilma por muitas vezes se desloca a uma empresa que fica
ali perto para oferecer sua mercadoria.
Mulher guerreira, eu podia
observar que tinha uma força de vontade imensa, mas que
suas condições não lhe favoreciam muito. Sua prótese
estava quebrada e pude notar a dificuldade com que
andava.
Diante de tanta dificuldade, Sr
Roberto tira do bolso a cartinha escrita para o Papai
Noel e o Edu conta o real motivo de nossa visita. Pediu
para que ela mesma lê-se a cartinha e ela nos contou que
quem havia escrito ao bom Velhinho era uma moça, esposa
de um rapaz que ela conhecia da fábrica aonde ia
oferecer seus panos de prato.
Ela mesma não conhecia essa moça,
somente seu marido. Naquele momento pensei: Um anjo
apareceu na vida da Dona Vilma. Essa moça com um
simples gesto de escrever ao bom velhinho, estava
ajudando a resgatar a esperança de uma mulher que
nos dias de hoje vive triste.
Vendo a dificuldade de Dona Vilma
o Edu pediu para ver sua dispensa e qual não foi nossa
surpresa, pois ali só havia um pacote, que eu nem pude
identificar se era farinha.
Logo nós a convidamos para irmos
ao mercado e Dona Vilma correu para se arrumar e nos
acompanhar.
Quem já teve a oportunidade de
acompanhar uma pessoa em necessidade a fazer uma compra
de supermercado, sabe que é uma experiência única. Dona
Vilma feliz, andava pelos corredores em busca de alguns
mantimentos que por um determinado tempo confortariam
sua família.
Enquanto eu acompanhava a Dona
Vilma ao mercado o Edu e o Sr. Roberto foram até as
lojinhas próximas e montaram uma kit de pintura para sua
filha. Compraram pincéis, tintas, uma revista de
desenhos e alguns panos de prato para que ela pudesse
pintar.
Para a netinha Raquel que adorava
cachorros, compraram uma canequinha de bichinhos.
Feito o mercado, voltamos a casa
de Dona Vilma, descarregamos as compras e deixamos
tudo ali na cozinha, pois queríamos que a Dona Vilma e
sua filha pudessem arrumar os mantimentos na dispensa.
Isso com certeza seria muito satisfatório para elas.
Já era a hora de irmos e quando
fomos nos despedir, Dona Vilma pediu para
que juntos fizéssemos uma oração, pois queria agradecer
a Deus o que havia acontecido em sua vida, dizia ser
difícil encontrar pessoas de coração bom.
Todos demos as mãos e Dona Vilma
nos presenteou com uma linda oração. Fez um
agradecimento ao momento vivido naquele tempo que
estivemos por lá.
Viemos embora com a sensação de
termos amenizado um pouco o sofrimento da Dona Vilma, se
pudéssemos ajudar essa senhora a ter sua perna novamente
com certeza sua alegria seria muito mais completa, sua
fé renovada e sua esperança fortalecida.
Muitas vezes pensamos que nossos
problemas são os maiores, mas não damos conta do que nos
rodeia e do quanto pode ser importante a ajuda ao nosso
próximo, pois o pouco que podemos fazer, pode ser muito
para aquele que necessita. Não falo só do bem material,
mas também do bem espiritual.
Em meio a esse depoimento,
gostaria também de fazer um apelo.
Pedir a ajuda aos Amigos
Beija-flores para a compra de uma perna para a Dona
Vilma. Ajuda para terminar esse meu depoimento com
um final feliz.
Esse fim, só depende de nós.
Quando todos se reúnem para carregar um fardo, ele fica
muito mais leve de ser transportado.
Obrigada Pai, pela oportunidade
que nos dá todos os dias, obrigada Senhor por colocar em
minha vida, pessoas que pensam no seu próximo.
Obrigada Amigos Beija-Flores.
Sou uma pessoa completa por fazer
parte desse grupo e de ter a oportunidade de realizar
esse trabalho.
Lucileni Refundini Chamon
Amiga Beija-Flor |