Depoimentos de quem já participou

Amigo Beija Flor


Campanha Relâmpago - 10 de Julho de 2005

A história da Rosi me fez refletir muito sobre a importância que temos nesse mundo e, ao contrário do que pensamos, não temos qualquer controle sobre o nosso futuro e os planos que traçamos....

Eu havia feito uma arrecadação junto a alguns amigos para atender algumas cartinhas de Papai Noel...e como a situação financeira não me possibilitava conseguir atender a todas, escolhi aquelas que me tocassem no coração.

Dentre outras a da Gabriela foi muito especial, porque primeiro ela agradecia o presente que havia ganhado, seu pedido era um presente e o Papai Noel tinha lhe dado três, mas ela ainda não estava satisfeita, pois sua irmã, a Giovana (hoje para mim a Gigi) não tinha sido atendida e chorou muito....

Pois bem, fui comprar o presente da Gigi como se fosse para uma pessoa da minha família, uma sobrinha, a filha de uma grande amiga e com todo o carinho escolhi uma boneca, um sapato e um caderno com canetinhas coloridas.

Agora, estava muito perto....eu precisava apenas confirmar o endereço... junto a Telefônica consegui o telefone da residência delas e comecei a tentar ligar....2 semanas ligando todos os dias nos horários mais alternados e ninguém atendida.

Na última segunda feira de junho, disse para minha mãe, hoje eu consigo falar com essa família nem que seja a última coisa que eu faça ....2 toques e o telefone é atendido pelo pai das crianças.... Ufa !!! Missão cumprida....

Ao contrário, o pai das meninas extremamente educado me agradeceu mas disse que a família não era rica, mas não precisavam dos presentes, a esposa havia comprado um presente e dado para a Gigi em nome do Papai Noel e as crianças somente escreveram porque viram a campanha na televisão e que o presente era para ser destinado a alguém que realmente fosse pobre.

Confesso a vocês que fiquei muito triste, chateada e me contestei se estava no caminho certo em atender a Campanha de Natal 365 Dias...mas todas as respostas não tardaram a chegar. 

A mãe das crianças, a Sonia, pediu para falar comigo ao telefone...atendi apenas por uma questão de educação, pois meu coração já estava partido, os presentes eram para a Gigi, eu me sentia ligada àquelas crianças de alguma forma que não sabia explicar e não ir entregar os presentes a ela era uma forma de corta os laços.

Depois de uns 15 minutos de conversa com a Sonia, ela agradeceu muito a esperança e a fé que o presente do Papai Noel trouxe as filhas delas....ela se propôs a ajudar aos Amigos Beija-Flor em outras campanhas, e trocamos telefones pois ela queria atender a outras cartinhas no final do ano. Já havíamos nos despedido e estávamos quase desligando quando ouvi....um “ESPERA, ACHO QUE VOCÊ PODE ME AJUDAR” ...como assim?! Será que eles haviam mudado de idéia e aceitariam o presente do Papai Noel....

Não, eles tinham um assunto muito mais grave....a Rosi...uma linda mocinha de 16 anos....sorridente, determinada, sonhadora, com um dom único de pintura, que em decorrência de uma meningite da pior espécie amputou as duas pernas e uma parte do braço, fora o outro que tem os dedos com má formação, tinha ficado impossibilitada de andar novamente pois sua prótese quebrou, há 4 dias. 

Pronto, naquele instante tudo vez muito sentido para mim, era por isso que eu não consegui durante 2 semanas falar com aquela casa, então foi com aquele intuito que as crianças (ou melhor anjos da guarda) tinham escrito a cartinha.... 

Claro que fomos e pudemos ajudar, pois a partir daquela escolha da cartinha o meu destino e as minhas escolhas não pertenciam a mim, mas sim, ao nosso mestre superior, Deus, que me guiou para conhecer a Rosi e através do Beija-Flor, viabilizar a compra das próteses dela.

Em menos de 1semana de divulgação da Campanha, conseguimos atingir a meta de arrecadação e proporcionar a Rosi a voltar a caminhar e mostrar seu exemplo de força de vontade e perseverança a todo o mundo.

Conheci a Gabriela e a Giovana, a Sonia e o Rogério, a Dalva e o José Carlos (pessoas que cuidam da Rosi, pois a mãe dela não mora em São Paulo e ainda com todas as limitações, ela vive com dois irmãos que infelizmente não desenvolveram dentro de si o sentimento de família e tudo o que isso pode acarretar no sentido de auxílio e amor). 

Fiz novos amigos, recebi tantos abraços e beijos das meninas, troquei tantas lagrimas com a Sonia e com a Dalva, como se fossemos amigas e companheiras de batalha de longa data.

A história ainda não acaba por aqui. A primeira visita que fizemos a Rosi, foi num domingo pela manhã. À tarde sofri uma grave crise de tendinite que me levou a engessar o braço e permanecer por mais de 1 semana com ele imobilizado....Eu não senti qualquer diferença da minha vida normal. Sabem porque?! Todas as vezes que pensava em reclamar, vinha a minha cabeça a Rosi e seu lindo sorriso.... e eu pensava que a minha situação era tão passageira que não me valeria abrir a boca para dizer qualquer coisa em vão.

Que o exemplo da Rosi fique em nossos corações e que todas às vezes que pensarmos em desistir possamos olhar ao lado, pois sempre terá uma Rosi que nos mostrará quão maravilhosa é a vida e que vale a pena viver e não sofrer.

Agradeço à Deus pela oportunidade, pois muitas vezes em minha vida esperei o carinho, o amor, a compreensão de pessoas próximas a mim e com essa historia pude comprovar que a grande maioria de nossa vida é feita de pequenos momentos que vivemos com muita intensidade, pois foi assim que eu vivi a história com a Rosi...como se fosse a minha história.

Fabiana - fabianascandiuzzi@yahoo.com.br

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