Campanha Natal 365 dias do Ano

Estivemos na casa da família (c

Neste último sábado a Marly, seu filho Douglas e eu fomos entregar as doações para a família da cartinha 17.

Assim que chegamos foi uma festa geral e já pedimos ajuda para todos para descarregar os carros que estavam lotados de doações.

As crianças foram felizes nos ajudar. Vibraram com cada doação recebida.

- Agora não teremos mais problemas de um puxar o cobertor durante à noite. Tem cobertor para todos. Ebahhhhhhhhhhhh!!

Apesar de todos demonstrarem tremenda alegria algo ainda nos intrigava: o fato de não tomarem café. Vou transcrever algumas falas da Ana Paula, mãe dos 6 filhos, durante o nosso bate-papo..

Durante a entrega das doações:

- Meu Deus! Nem acredito que estou vendo isto. Glória!! Quanta coisa!

- A Stephany acordou de madrugada com dores de barriga. Fiquei desesperada. Não sei o que foi.

- Eu tento me virar com os 180,00 de Bolsa Família. Faço o que posso. Mas este dinheiro é deles.

Então quando eu recebo dou 2,00 para cada um comprar uma coxinha que vende na porta da igreja.

Eles sempre me pedem, mas só posso fazer isto uma vez por mês e eles ficam super felizes.

Eu digo se sobrar dinheiro, me tragam o troco porque poderemos juntar para comprar alguma coisa.

- Quando dá para eu comprar algo no mercado, procuro o menor preço. Se um sabonete custa 0,47 num mercado e 0,48 no outro, eu compro no mercado que vende a 0,47.

Pode não ser nada, mas cada centavo para mim faz muita diferença.

Enquanto isto Yasmin e Isabela estavam experimentando as roupas que ganharam no quarto.

E a encantadora Stephany, estava fazendo um lindo desenho que nos entrou depois como forma de agradecimento.

- Tenho duas filhas que ganham leite na escola, mas como a escola estava de greve elas não receberam neste mês.

- Ah! Deixa eu te falar um coisa, mas tem que ser baixinho, eu misturo um pouco de água no leite que é para render mais.

Só não digo isto para elas não sabem, pois se souberem não vão querer tomar srrsrsrrs.

- Tem uma senhora que é dona de uma quitanda aqui perto e ela já se comprometeu e me doar o que não conseguir vender lá na semana.

Sabe aquelas bananas com uma pintinhas pretinhas? Então, mas não tem nada demais, a gente come.

Na semana passada ela doou um pacotão de quiabo.

Eu consegui até dividir com outra família e preparei um quiabo bem gostoso!

Quando anunciamos sobre a quitação do valor da geladeira, ela fez uma cara de espanto, pensamos até que fosse passar mal.

Quando anunciamos a compra de mercado então, nem se fale.

- Iremos agora? Posso me arrumar?

- Posso levar meus filhos também? É que eles nunca fizeram isto?

Enquanto a Ana Paula e crianças se arrumavam, abrimos a geladeira e armários e constatamos que ambos estavam vazios.

Lembramos do momento em que chegamos e fomos usar o banheiro e uma delas foi levar o papel higiênico que havíamos levado junto com as doações.

- Nossa! Mandaram papel higiênico!! Que bom!

Lembramos do momento em que uma delas abriu o pacote de bolacha  que foi doado dizendo que aquele seria o café da manhã deles.

Apesar de em nenhum momento citarem a palavra fome, isto para nós ficou mais do que evidente.

Durante o percurso até o mercado:

Mãe: olha, aqui é a escola que as crianças estudam. Eu gostaria muito de conseguir mudar um delas para a outra escola.

Beija – Flor: Por quê?

Mãe: Por que a comida de lá é bem melhor e mais gostosa do que esta.

Esta daqui as crianças vivem passando mal, ficam com dor de barriga e até vomitam. A comida daqui é horrível!

Stephany: Palece de poico!! (obs: ela tem a língua presa).

Mãe: além disso, na outra escola tem inglês e informática, mas é muito difícil conseguir vaga lá.

No mercado:

Mãe: eu posso comprar o que eu quiser? Aí, meu Deus!!

Criança: Tia, minha mãe come desta bolacha, posso pegar pra ela 

Crianças: olha mãe, pegamos Bis!

Criança: Tia, é isto aqui que a minha mãe come, é por causa da dieta dela, mas agente também come de sobremesa e aí acaba rapidinho (risos).  (Obs: ela nos mostrava um pacote de cereais).

Foi incrível ver os olhares de admiração de cada um deles. Cada um foi para um lado, mas sempre pensando no que o outro membro da família também poderia gostar.

Criança: Posso pegar um bis para a Tiphany também?

Crianças: Tia, posso pegar chinelo? Para minha irmã também?

No caixa:

Yasmin: Nossa! Já deu o valor do salário do pai!

Isabela: é mesmo!! e não teremos que devolver nada, né mãe? (risos).

Yasmin: é verdade, sempre temos que devolver alguma coisa para dar o valor dos tickets.

Não preciso nem dizer que o valor foi maior do que prevíamos né? mas valeu a pena, é um sorriso que não tem preço.

Todos ajudaram a colocar os itens na sacola, colocar no carro.

Neste momento a Stephany e a Tiphany se aproximaram de nós e nos deram um monte de bis com forma de agradecimento. Com muito custo aceitamos rsrs.

Tiphany: Pega vai, pega, é para você.

Stepahy: é quatlo para cada um. Muito Obligado!!!

As crianças nos ajudaram a descarregar as compras e pediram ajuda também.

A Stephany estava tão feliz que não se importava com o peso das sacolas.

Beija-Flor: é muito pesada para você!

Stephany: Não é não, eu consigo calegar Tia.

Na cozinha, após descarregar:

Mãe: Não sei nem por onde começar. Crianças, me ajudem!

Crianças: Sim, mãe.

Meninas: Nossa temos absorvente para ir para a escola até o final do ano! (Obs: foram 7 pacotes com 8 unidades cada).

Criança: olha, bolacha para tomar café da manhã!

Mãe: Hoje eu vou preparar uma comidinha bem gostosa para nós.

Stephany: Vocês vão come aqui né. É o anguinho da mamãe.

Bem, missão comprida, mas uma cartinha atendida, mais uma família feliz.

É uma família encantadora. Todos educados e alegres.

Ficamos admiradas com o fato da mãe não falar que estavam passando fome e mais do que isto, tudo que recebe, por mais simples ou amargo que seja, como o quiabo,

ela multiplica e transforma em algo gostoso de comer. 

Para ela, não existe alimento ruim, pois tudo depende do seu ponto de vista. Só vai se ruim se quiser.

É preciso acreditar que o simples pode ser bom e gostoso, basta acreditar e passar isto para as pessoas que lhe cercam.

Antes de chegarmos a Ana Paula tentava amenizar a fome de seus filhos através de seu abraço, carinho, orações, algumas doações e trabalho.

Sim, trabalho, pois quando chegamos ela estava separando algumas pecinhas (pareciam botões) daquele trabalho que pegou para fazer em casa. 

Vou transcrever algumas mensagens que ela enviou após a nossa saída:

“Muito obrigado por tudo que há de melhor e que a proteção as bênçãos do Senhor chegue a cada um que me ajudou,

Senhor Eduardo, a vcs lindas flores que com um sorrido lindo e deslumbrante invadiu a minha vida realiza.”

“Obrigado, eu agradeço muito a Deus por existirem anjos como vcs e por Ele ter colocado vcs em meu caminho, vcs pra mim pra mim agora são como a minha família “tds” sem exceção.

Deixa eu contar uma coisa não só ajudarm a minha família mais  uma outra família também,

Então, como Deus  atravez de vcs me abençoaram eu pude ajudar a mãe do bebê, fiz uma cesta com um pouco de tudo e dei a ela,

não para me amostrar mais sim por que sei o que é ver os filhos passarem fome!!!

Muitoooooooooooo obrigado a tds que Deus continue iluminando e protegendo a sua e a família de tds. Bjs anjos do Senhor”.  Ana Paula

Ela finaliza confirmando o que havíamos percebido logo no início: a falta de comida e suas consequências.

No dia seguinte, ligamos para a Ana Paula:

“Ontem nós só jantamos por que ficamos muito tempo guardando tudo que ganhamos. Não deu nem tempo de irmos para a igreja.

Fiz uma comida deliciosa , fiz frango com macarrão. As crianças adoraram, muito, muito obrigado.”

“Sabe onde eu estou agora? No parque com os meus filhos e mais duas famílias, estamos em 22 pessoas, sendo 6 adultos, as outras são crianças.

Estou super feliz, sempre prometi para meus filhos que um dia iríamos fazer pique-nique no parque e hoje, pela  primeira vez, consegui realizar este sonho.

E ainda consegui compartilhar este momento com outras duas famílias que também passam pela mesma situação que eu.

Levantamos de manhã, fizemos sanduiches, pegamos bolachas e viemos todos para o parque. Que dia lindo!! Obrigada Pai.

Tudo isto aconteceu graças a vocês. Eu ainda não me contenho de tanta alegria”.

Já acompanhei outras cartinhas, mas esta realmente me marcou.

Por diversos momentos refleti sobre a comida que nunca me faltou, graças aos meus pais e a Deus.

As vezes, temos até mais de uma opção no cardápio, enquanto esta família, sobrevivia com qualquer doação.

Ana Paula,

Nós é que agradecemos a oportunidade de conhecê-la, conhecer esta família linda que você luta para mantê-la, você está sendo um exemplo para todos nós.

Por favor, cuide de sua saúde, eles precisam de você forte e saudável

Marly e Douglas ainda bem que fomos em dois carros, né? Rsrsr.

Muito, muito obrigada por estarmos juntos nessa missão. Adore!!

Agora que venha a próxima cartinha.

Quer participar?

Acesse:

http://www.siteamigo.com/beijaflor/papainoel/PapaiNoel_2013.htm

TUDO DEPENDE DE NÓS!!

 Marly, Douglas  e Brenda